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Guia Para Se Tornar Um Profissional Mais Desejado


Postado em 26 de junho de 2017

Reunimos dicas de especialistas em diversas áreas para você se tornar um profissional mais desejado
Por Fabiana Correa  – Fonte: Revista Você S.A. (set/16)

Se você está à procura de um emprego novo, destaque as páginas a seguir e faça delas sua leitura de bolso. Se não está, não deixe este guia no fundo da gaveta. Ter à mão um currículo atualizado, saber o que os headhunters esperam, levantar suas maiores realizações, conhecer a fundo seus pontos fortes, tudo isso contribui para sua empregabilidade. Ok, a palavra é estranha, mas você não deve lembrar dela só na hora de procurar emprego. Por isso fizemos este guia que vai ajudá-lo a aumentar seu valor no mercado com lições básicas — e também tendências — sobre esses assuntos.
NOVA ENTREVISTA
Se você tem conversa marcada com um headhunter, prepare-se para a abordagem que começa a tomar forma nesses encontros. Preocupadas em encontrar profissionais que saibam lidar com gente e trabalhem com paixão, as empresas passam a dar um tom mais pessoal às entrevistas de emprego. Se você se sentar na frente de Laís Passarelli, da Passarelli Consultores, especializada em encontrar executivos de primeira linha, pode ouvir um “Quem é você?” no meio da conversa. “Quero descobrir que tipo de pessoa está ali. Isso é o que vai trazer valor para a companhia”, diz. Como resposta, nem sempre vêm questões pessoais. “A maioria ainda fala de trabalho, mas isso também me diz quais são suas prioridades”, avalia. A gerente de contratação de executivos do Pão de Açúcar, Ligia Martins, engrossa o coro. Em sua sala, não há mesa e cadeiras, mas sofá e poltronas. O objetivo é deixar as pessoas mais à vontade. “Se possível, faço o encontro em um restaurante ou convido para tomar um café-da-manhã”, diz Ligia. Durante a conversa, vale falar de tudo. “Preciso ouvir mais do que realizações profissionais, quero entender quem é a pessoa.”
Essa abordagem representa uma tendência em empresas que valorizam o relacionamento, mas ainda não espere vê-la em qualquer lugar. “Na área financeira, as entrevistas ainda são voltadas a resultados”, diz Carlos Mello, consultor da Korn/Ferry. Mas é bom saber lidar com essa postura, que começa a se espalhar. “Não precisa contar tudo sobre você, mas mostre que é humano”, diz Ana Maria Cada vez, gerente sênior de gestão em recursos humanos da KPMG. Eis o que você precisa saber para se dar bem na nova entrevista:
1 – LEVANTE detalhes que mostrem suas habilidades, mesmo que pareçam banais. “Contar que morou em diversas cidades brasileiras pode ser uma experiência cultural importante”, diz Luiz Carlos de Queirós Cabrera, diretor da PMC Consultores.
2 – DIGA claramente o que quer. “Se você almeja um cargo de chefia, é melhor ser claro. Ou os dois lados terão um problema mais tarde”, diz Ligia, do Pão de Açúcar.
3 – DESTAQUE o que faz de melhor. “Se você quer ser empregável, use seus verbos mais poderosos: eu crio, eu planejo, eu analiso”, diz Rosa Bernhoeft, sócia da Alba & Bernhoeft Associados.
4 – VISTA uma roupa adequada, discreta, que leve em conta seu estilo e o lugar em que você vai trabalhar. E que o deixe seguro e à vontade.
5 – INFORME-SE sobre a empresa. Demonstra interesse e ajuda a falar sobre situações reais. “Mostrei que conhecia os valores da companhia durante a entrevista”, diz Gustavo Toldo, gerente de relacionamento recém-contratado pela Bayer CropScience.
6 – PERGUNTE sobre a empresa e o cargo. “Descubra se esse é o lugar que vai valorizar suas competências”, diz Vicky Bloch, presidente da DBM, consultoria de recolocação.
7 – NEGOCIE salário e bônus no final, quando você ouvir a proposta da empresa. Peça um tempo para pensar e não se intimide em dizer o que estava planejando: essa é a hora. No final, peça uma proposta por escrito, com tudo o que foi acertado.
O CURRICULO EFICIENTE
Com uma mudança estratégica na apresentação de seu currículo, o engenheiro João Carlos Destro Mendes, de 41 anos, especializado em telecomunicações, conseguiu migrar para a área de recursos humanos. Hoje, João é gerente-geral de desenvolvimento organizacional do banco Santander Banespa, de São Paulo. Com uma carreira voltada para tecnologia, ele decidiu mudar de área quando ficou responsável por dar treinamentos à sua equipe. “O primeiro passo foi criar um novo currículo que destacasse minhas habilidades para desenvolver pessoas”, conta.
No topo do currículo, onde apareciam suas qualificações como engenheiro, entrou a experiência em treinamento. Há menos de um ano, foi convidado para trabalhar no Santander Banespa, onde estruturou o Centro de Informação e Desenvolvimento.
Deixe o seu sempre à mão e complete-o a cada vez que concluir um projeto importante ou mudar de função. Um bom currículo mostra o que interessa para a vaga em questão e deixa claro resultados palpáveis. Tudo isso com um texto objetivo: em média, os avaliadores dedicam 40 segundos à sua leitura. Se você mostrar que tem as qualidades para o cargo, terá a chance de ser entrevistado. “O currículo é uma peça de marketing”, diz Karin Parodi, da Career Center, especializada em transição de carreira. Portanto, faça uma boa propaganda.
8 – APRESENTE-SE no cabeçalho no alto da página apenas com nome, endereço, telefone e e-mail.
9 – ESCREVA que área almeja no item Objetivo. Alguns entrevistadores preferem currículos com essa definição. O melhor é apontar algumas áreas que o deixariam satisfeito e dar mais detalhes na entrevista.
10 – RESUMA no Sumário, sua experiência com área, cargo recente, competências e pontos fortes. Inglês fluente entra aqui.
11 – MOSTRE as cinco últimas empresas por que passou e coloque data de entrada e saída. Escreva seus melhores resultados em cada uma.
12 – ORGANIZE sua Experiência Profissional da forma cronológica ou funcional, que privilegia habilidades em vez de datas e serve para destacar suas realizações (veja mais sobre cada uma em nosso site).
13 – CITE a faculdade, cursos de pós-graduação e especializações de peso no item Formação.
14 – ACRESCENTE cursos importantes, que não se encaixem no item acima, em Outros Cursos.
15 – DESCREVA, em Experiência Internacional, cursos e projetos no exterior, experiências de trabalho e viagens.
16 – LISTE, no item Idiomas, somente o que realmente sabe sobre cada língua. Isso será testado mais tarde.
17 – INCLUA, em Informações Adicionais, hobbies, filhos e esportes. Esse item faz diferença para alguns headhunters.
18 – FALE MAIS sobre você, o que sabe do mercado na carta de apresentação. Tudo em 20 linhas. E peça uma entrevista ao final.
19 – DE UM JEITO de entregar o currículo em mãos. “Não faça mala-direta. Troque palavras com quem vai ler”, diz Vicky, da DBM.
BUSQUE O AUTOCONHECIMENTO
Esse item vale para ajudá-lo nos dois anteriores. Autoconhecimento tem tudo a ver com empregabilidade hoje. Quem conhece a si mesmo e o que quer tem mais chances de encontrar um emprego no qual possa se desenvolver e ser feliz, consegue equilibrar melhor trabalho e vida pessoal e estabelece um projeto de vida claro. “Tudo isso me diz que valores um profissional vai trazer para dentro da empresa”, explica Ana Maria, da KPMG. “Identificar suas paixões e o que faz bem para você são as bases da empregabilidade”, diz Vicky, da DBM. “Assim você pode entender qual contribuição pode dar à empresa e tirar vantagem disso”, completa..
Algumas ferramentas ajudam os profissionais a descobrir um pouco mais sobre sua personalidade. Os programas de coaching, mentoring e assessment não equivalem a uma psicanálise, mas podem ter um efeito objetivo sobre problemas que afetam sua carreira. De acordo com a RightSaad Felipelli, consultoria em recursos humanos, o primeiro serve como uma espécie de conselheiro sobre questões ligadas à carreira e à corporação. O segundo é feito por um colega da própria companhia e funciona para resolver pontos mais específicos. Essa definição varia em cada empresa. “Ao final do processo, há um plano de ação ou desenvolvimento”, diz Simão Pires Reis, diretor da Integração Psicologia, consultoria especializada em assessment, que consiste em uma análise de perfil detalhada. Algumas dicas para quem quer se conhecer melhor:
20 – APROVEITE ao máximo, se sua empresa oferece programas de coaching, mentoring, assessment e afins. “O coach tem técnicas que vão ajudá-lo a mapear sua personalidade, saber quem é, onde está, como está e para onde quer ir”, diz Fernando Polignano, sócio-diretor da Toledo, Ortiz & Polig, especializada em coaching.
21 – ESCOLHA alguém com quem tenha empatia e que respeito para ser seu coach. É importante que seja culto, experiente e bom na competência que você precisa desenvolver. “Se precisamos estimular a liderança em um profissional, vamos procurar um vice-presidente bom nisso para ser seu coach”, diz Salvador Evangelista, vice-presidente de RH da American Express.
22 – ESCREVA sua biografia. “É um ótimo exercício de autoconhecimento”, diz Cabrera.
23 – PROJETE o futuro. Para seus alunos na FGV, onde leciona, Cabrera pede que escrevam um e-mail sobre os últimos anos de sua vida para um amigo hipotético que encontraram na rua. Em 2015.
24 – FALE com seu chefe sobre possibilidades e planos. “Ele é seu coach natural”, diz Vicky Bloch.
25 – ANALISE novamente seu currículo depois de tudo isso e reflita sobre sua carreira.
26 – INVISTA em saúde mental e física. “Exercício físico contribui para a o bem-estar psíquico. Eu recomendo a todo mundo que perdeu o emprego fazer um esporte que o leve a abstrair e relaxar”, diz Simão Pires. Além disso, a maioria das empresas se preocupa em saber como vai a saúde dos candidatos durante a seleção.
RELACIONAMENTOS DE VALOR
Ela é responsável por cerca de 70% das recolocações, por isso não deixe de lado sua rede de relacionamentos. “Os processos seletivos estão mais rigorosos, mas a indicação ainda funciona muito”, diz Gino Oyamada, sócio da Fesa, especializada em recrutamento de executivos. Quem não se expõe corre o risco de nem chegar a ser indicado. E não adianta só trocar cartões. “Eu sugiro que as pessoas juntem agendas velhas e cartões e organizem tudo no computador”, diz José Augusto Minarelli, presidente da Lens&Minarelli Associados. As atitudes importantes para você aumentar seu alcance:
27 – MANTENHA contato constante com seus conhecidos. Assim você não fica constrangido em ligar quando estiver precisando.
28 – CAPITALIZE sua rede dedicando-se a conhecer gente nova em associações de classe e congressos. “Não use a desculpa de ir para casa ver a família: o futuro dela depende de sua rede”, diz Gino.
29 – PERGUNTE sobre o outro. Se alguém der o cartão, anote no verso tudo o que souber sobre essa pessoa. Você pode usar isso numa conversa ou e-mail posterior.
30 – PREFIRA uma indicação por meio de pessoas que possam falar sobre sua performance. Elas são as melhores para abrir portas.
31 – INFORME as pessoas sobre sua situação profissional e realizações regularmente. E pergunte a seus contatos como eles estão.
32 – RESPEITE o momento e o ambiente em que está, não tome tempo demais do interlocutor e aja com delicadeza e educação.
33 – DEMONSTRE interesse pelo interlocutor e disponha-se a ajudá-lo quando for possível. Ele vai se lembrar quando você pedir o mesmo tipo de ajuda.
34 – PEÇA emprego sem sentir vergonha se precisar. “Usar sua rede para isso demonstra inteligência”, diz Minarelli.
35 – RECORRA aos sites de relacionamento, como o Linked In (www.linkedin.com), especializado em contatos profissionais.
36 – CRIE sua lista de desejos com as empresas em que gostaria de trabalhar. “Todo profissional precisa ter a sua”, diz Gino. E empenhe-se em conhecer gente dentro delas.
MAIS QUE EDUCAÇÃO
MBA deixou de ser diferencial e virou item quase obrigatório no currículo de executivos. Formação de qualidade faz, sim, diferença, mas não vale para todas as áreas ou empresas e, no caso do MBA e especializações, o nome da escola tem de ser realmente de destaque. O que conta mesmo é como o profissional aplica seu conhecimento e a postura em relação ao aprendizado. “Estou mais interessado se o candidato se preocupa em aprender constantemente do que se ele tem MBA”, diz Carlos Mello, da Korn/Ferry. Tudo isso significa que, quando você faz um curso de arte, lê ou viaja, está ampliando seu vocabulário, enriquecendo seus conhecimentos e valorizando sua carreira.
37 – LEIA e guarde. As últimas leituras são uma pergunta constante nas conversas com headhunters.
38 – ESCOLHA cursos em instituições de renome. São mais caros, mas podem realmente dar o retorno que você pretende.
39 – COMECE pelos clássicos da literatura ou por biografias de grandes executivos. O ideal é uma leitura “diária, sistemática e reflexiva”, aconselha o consultor de carreira Gutemberg de Macêdo.
40 – APRENDA JA inglês fluente. Se possível, espanhol. Mas dedique-se ao português. “Há profissionais que fazem MBA, mas são incapazes de redigir uma carta criativa e sem erros”, diz Gutemberg.
41 – TOME CONTATO com as artes. “Quem gosta de arte melhora a criatividade e a auto reflexão, desenvolve a subjetividade e lida melhor com gente”, diz Ana Maria, da KPMG.
FINANÇAS EM DIA
Não existe liberdade sem independência financeira. Ter um currículo turbinado ou uma rede de relacionamentos em dia pode perder o valor se você não tiver também uma reserva financeira para sobreviver num momento de transição de emprego. A lição é óbvia, mas 60% dos executivos não conseguem se organizar financeiramente, diz o consultor Gutemberg. A saúde financeira do candidato é abordada na contratação: equilíbrio nessa área diz muito sobre um profissional. Uma pesquisa feita pela DBM e pela Integração Psicologia mostrou que ansiedade durante a entrevista é um dos fatores que contribuem para desclassificar um candidato. “E quem está sem reservas demonstra nervosismo”, diz Louis Frankenberg, especialista em finanças.
42 – GASTE menos do que você ganha. Essa é a máxima que muitos executivos não seguem.
43 – MANTENHA sua economia de 10% do salário mensal numa aplicação que dá liquidez imediata. “É o dinheiro disponível que dá segurança num momento de transição”, diz Gutemberg.
44 – POUPE antes que o mês acabe. “Dinheiro nunca sobra na conta”, diz Louis. Para poupar, utilize uma fórmula humorística. Pense que a empresa pagou a menos e já separe o dinheiro”, sugere o especialista.
45 – RESISTA à tentação de fazer dívidas. “As pessoas gastam cerca de 30% do que ganham para pagar juros”, afirma Louis. Para começar a poupar, o primeiro passo é pagar as dívidas.

GOSTO POR LIVROS
O paulistano Marcilio Pousada, de 42 anos, falou de sua vida e incluiu aí preferências de lazer durante a entrevista com Laís Passarelli, o que foi decisivo para sua contratação como diretor-superintendente das livrarias Saraiva, rede com 29 lojas em dez cidades. Antes mesmo de saber qual era a empresa que o estava selecionando, Marcilio listou suas últimas leituras durante a entrevista e fez uma pequena crítica de cada uma. “Um dos meus objetivos profissionais era ir para a área de entretenimento, que eu adoro. Deixei isso bem claro na conversa”, diz o executivo. A franqueza rendeu frutos. Por coincidência, a vaga era exatamente nesse ramo. “Percebi que ele tinha paixão pelo produto e que seu momento de vida coincidia com o que eu estava procurando. Casou tudo”, resume Laís, na foto com Marcilio.
MUDOU A DIREÇÃO
Com uma mudança estratégica na apresentação de seu currículo, o engenheiro João Carlos Destro Mendes, de 41 anos, especializado em telecomunicações, conseguiu migrar para a área de recursos humanos. Hoje, João é gerente-geral de desenvolvimento organizacional do banco Santander Banespa, de São Paulo. Com uma carreira voltada para tecnologia, ele decidiu mudar de área quando ficou responsável por dar treinamentos à sua equipe. “O primeiro passo foi criar um novo currículo que destacasse minhas habilidades para desenvolver pessoas”, conta. No topo do currículo, onde apareciam suas qualificações como engenheiro, entrou a experiência em treinamento. Há menos de um ano, foi convidado para trabalhar no Santander Banespa, onde estruturou o Centro de Informação e Desenvolvimento.
BOM CONSELHO
Em uma das reuniões mensais com seu coaching dentro da empresa, a gerente de marketing da American Express, Elenice dos Reis, de 36 anos, ouviu que deveria ser mais assertiva. “Precisava aprender a confrontar, a mostrar minha opinião”, conta. Ouvir a avaliação de um profissional respeitado — seu coach é vice-presidente de marketing da empresa — fez Elenice refletir sobre a questão. A solução apareceu dentro da própria Amex, que indicou um treinamento de seis meses para desenvolvimento de líderes, em que pode trabalhar o problema. “Hoje consigo colocar meu ponto de vista mais positivamente”, diz. Logo depois do treinamento, ela foi convidada para assumir outra área dentro de seu departamento, mas estava insegura em migrar. A ajuda do coach pesou novamente.  “Ouvi vários líderes que me mostraram que eu tinha qualidades para a nova função.”
CONTATOS NO ALMOÇO
Há seis meses, a advogada paulista Silvia Moron, de 27 anos (de vermelho, na foto, almoçando com contatos profissionais), usou uma estratégia para migrar de um escritório pequeno para a área de direito empresarial do grupo McCann, de publicidade. Depois de procurar uma consultoria de carreira, começou a reunir informações sobre as empresas onde gostaria de trabalhar antes de abordar os diretores de RH delas. “Antes de ligar, eu descobria como poderia contribuir para aquela companhia. Assim teria o que conversar”, diz. O truque era marcar um almoço e não ficar apenas no telefonema rápido. Silvia também passou a fazer cursos e a frequentar palestras para conhecer profissionais da sua área. “É importante lembrar que o networking não termina quando você consegue um emprego”, diz Silvia, que envia 148 mensagens diárias de bom-dia para conhecidos. “Uma vez a cada três meses faço contato com todos os que estão na minha lista. E tento conhecer pessoas novas para aumentar a rede.”
AUTOMOVEIS E PICASSO
De uma aula do curso de história da arte, surgiu a ideia para o cartão de Natal da Fiat, um dos clientes da Datamidia,  FCBi, agência paulistana em que Rui Piranda, de 43, é vice-presidente. “Tive um insight durante a aula de cubismo. Picasso, quando fez seu primeiro quadro cubista, estava retratando uma linha de produção”, conta Rui. Mesmo que falte tempo, informação e cultura são prioridades na vida do executivo. Ele costuma ler três livros ao mesmo tempo, visita cinco ou seis exposições de arte por mês e vai ao cinema pelo menos uma vez por semana.. “Agora quero partir para uma pós-graduação em história da arte ou semiologia da arte. Cultura é prazer e é indispensável para a carreira.”
ECONOMIA SEM ESFORÇO
Quantos profissionais podem se aposentar aos 41 anos de idade e manter o mesmo padrão financeiro para o resto da vida? Ronaldo Flor é um deles. O executivo que nos últimos 12 anos trabalhou na Multibrás como gerente-geral de estratégia de marketing está estudando duas propostas de novo emprego com a tranquilidade de quem tem o futuro garantido. Um dos bons exemplos que ele dá é o da construção da sua casa, em São Paulo. Ele fez um plano de pagamento de um ano e meio com a construtora, com juros atrelados à correção do seu salário. “Não faço planilhas para acompanhar cada centavo, mas, sempre que ganho, tento poupar”, diz. Ele não faz dívidas, aplica bem o dinheiro que guarda e não cai na tentação de comprar coisas só para demonstrar status. Simples assim.
Se você está à procura de um emprego novo, destaque as páginas a seguir e faça delas sua leitura de bolso. Se não está, não deixe este guia no fundo da gaveta. Ter à mão um currículo atualizado, saber o que os headhunters esperam, levantar suas maiores realizações, conhecer a fundo seus pontos fortes, tudo isso contribui para sua empregabilidade. Ok, a palavra é estranha, mas você não deve lembrar dela só na hora de procurar emprego. Por isso fizemos este guia que vai ajudá-lo a aumentar seu valor no mercado com lições básicas — e também tendências — sobre esses assuntos.